quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Divórcio







Quando penso que o divórcio é admitido pela primeira vez em Portugal em 1910 fico abismada como é possível que apesar de ser notório o seu elevado crescimento, não estejamos ainda preparados para o aceitar e entender.

Parece que a lei existe, até evoluiu e foi finalmente alterada em 1 de Dezembro de 2008, deixando de se julgar quem tinha "culpa" na degradação de uma relação conjugal e também permitir que se um dos conjugues tiver motivos possa rapidamente obter a separação. Ou seja, parece que podemos finalmente pensar que para uma relação funcionar, ambos são responsáveis e intervenientes.
Mas a realidade é bem diferente, opta-se pelo divórcio mas não se está preparado para ele. Continuamos a não saber como lidar com a nova situação, que parece, pode acontecer a qualquer um.

Guerras; difamações; tortura psicológica; usar a inocência dos filhos; o poder económico; social e até denegrir publicamente a imagem do outro, faz do acto do divórcio uma autentica batalha.

Com a ajuda de advogados e juízes; assistentes sociais que por estarem sobrecarregadas com processos nada fazem; vale tudo!

Nunca esquecer, é claro, a família, tios; avós; sobrinhos e até alguns amigos que acham que têm que tomar partido por uma das partes, como se isso fosse correcto e revelasse o seu excelente carácter. Assim luta-se por banir o outro das suas vidas, impedindo o contacto com os que obrigatoriamente ficam do seu lado. Uma verdadeira guerra civil.

Em vez de ajudar, confortar e acalmar os que sentem que o seu sonho foi destruído, vão cravando as suas garras verdadeiramente afiadas no conjugue do lado oposto.

Como se não bastasse e porque amam muito os filhos dessa relação agora desfeita, tentam a todo o custo infernizar-lhes a vida e manipulando-os para que tomem partido por um dos pais, como se isso fosse possível e bom para uma criança.

O mais incrível é que parece que não há ninguém que veja e impeça esta aberração, que proteja as crianças e condene os usando dos mais diversos estratagemas magoam, traumatizam e terminam com a relação entre pais e filhos que somente pedem para os tirar desta guerra.

A parte económica é outra questão pertinente e que facilmente é usada para torturar o outro.

Acresce que tudo isto acontece com o consentimento de todos, já que uma boa parte dos advogados é perito em estratagemas e técnicas para forçar o outro e o levar à loucura; da mesma forma Juízes decidem tendo em conta apenas a sua opinião, sem moral, sem uma profunda analise aos factos apresentados e finalmente cientes que são autoridade máxima e não avaliada.

Sabemos ser civilizados?
Estamos realmente preparados para o divórcio?

Sinceramente, acho que não.

Penso que apenas uma minoria consegue colocar em primeiro plano os filhos, não os prejudicar financeiramente e principalmente não lhes causar traumas. Consegue entender que não há culpa. Que da mesma forma que existe um casamento quando ambos querem, esse só poderá ser mantido se ambos o desejarem. Que uma separação é sempre dolorosa e por isso o melhor é que seja rápida, evitando o sofrimento e muito menos passar para atitudes de vingança.

Que o melhor é ser justo na partilha e até generosos. Afinal a maior parte das vezes gasta-se mais em custas com processos, desgaste e psicólogos do que com uma divisão que beneficie os interesses dos dois.

Grata,

Paula Minau

sábado, 9 de maio de 2009

Saudade

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És poderosa saudade
crias raízes imensas
sem a menor piedade
rudes ferozes e densas
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Como garras afiadas
rasgas nosso coração
corridas desenfreadas
sem nenhuma compaixão
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Corpo e mente estremece
esta ausência que esvazia
o sofrimento engrandece
cria medos,atrofia
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É tão forte esse tormento
que aflita a alma cede
suplica com sentimento
aconchego refugio pede
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Para diminuir essa dor
sê ousado, apaixonado
confia com fé e amor
que amando serás amado
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Sem medo, dor ou lamento
pede nova direcção
pede água, luz e vento
brisa suave paixão
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Paula Minau / Fernão Botelho

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pensamento incompleto



Que adianta possuirmos todas as peças de um puzzle, observa-las e acharmos que formariam uma imagem belíssima... quando no fim verificamos que estas peças não encaixam...!?


Paula Minau

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sonho Realizado

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Fui ouvir o vento
deixar-me tocar
fui dançar na praia
fui olhar o mar
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Fui colher as conchas
ver cada pedrinha
fui soprar a areia
senti-me rainha
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Rainha despida
sem c´roa nem manto
apenas a espuma
cobria meu pranto
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Coroei-me de algas
da cor dos meus olhos
um colar de búzios
coloquei no colo
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Senti-me rainha
deixei-me levar
veio a aragem fria
caminhei pró mar
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Paula Minau
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Viu o Rei do mar
a bela rainha
deixar-se levar
caminhar sozinha
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Por ela sentiu
imensa ternura
nos seus olhos viu
intensa candura
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Enviou sereias
para a encantar
nas finas areias
com o seu cantar
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Com espuma das ondas
de branco a vestiu
em ilhas recônditas
pérolas pediu
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Chamou lindos peixes
pra virem dançar
cardumes infindos
à luz do luar
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Assim se encantou
quem é Rei do Mar
ondas abraçou
pra a abraçar
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Encheu-a d´esperança
com paixão amou
a rainha dança
do sonho acordou
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(in Fernão Botelho)




domingo, 19 de abril de 2009

Os nossos filhos não são nossos...

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Os nossos filhos não são propriedade nossa.É necessário que possam contar connosco, sabendo que os amamos, protegemos e cuidamos.Que nunca seremos egoístas ou inconsequentes.
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Os nossos filhos têm o direito ao nosso amor incondicional. Se os amassemos incondicionalmente, estariam sempre em primeiro plano, seriam o nosso maior bem, mas mesmo assim nunca seriam nossos.
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Quantas vezes, pais e mães lutam pela sua "posse" como se eles lhes pertencessem!
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Não importa se nessa "luta" as crianças vivem momentos e situações que nunca deviam presenciar e sentir.
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Sentimentos de medo, solidão e insegurança ou até de pânico que os marcam para toda a vida e cujos efeitos traumatizantes começam imediatamente. Quantas vezes esses traumas ditam tanto o seu comportamento como o seu futuro.
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Será que os pais conseguem parar e pensar que o mais importante é o bem-estar dos seus filhos?
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Será que conseguem evitar usa-los como arma de arremesso?
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Será que os pais conseguem olha-los nos olhos e entender o medo e a tristeza com são fitados?
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Seremos bons ou maus pais?
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Seremos capazes de amar incondicionalmente e darmo-nos também dessa forma?
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Seremos capazes de olhar aqueles olhos inocentes e entender que só nos pedem amor, sinceridade e riso?
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Seremos capazes de ser mais naturais e humanos?
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Será bom pensar em tudo isto e abrir o nosso coração à felicidade e à sorte de poder ser mãe ou pai, mesmo que seja de um filho do coração.
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Paula Minau

quinta-feira, 5 de março de 2009

Nós



A tua ousadia
Fundiu-se na minha…
A tua doçura
Recebeu a minha…
Teu choro, teu grito
Por mim foi ouvido

A tua poesia
Entendeu a minha
A tua ternura
Conquistou a minha
Teu sonho, teu brilho
Em mim teve espelho

A tua luzia
Brilhou com a minha
A tua loucura
Soltou-se na minha
Teu lume, tua fome
Em mim foi sustento


Sentimo-nos bem
Cântico ( comum
És mulher, sou homem
Dois, que fazem um!

Fernão Botelho

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Liberdade


Soltam-se as palavras
rompendo as entranhas
libertam-se as sábias
e algumas paridas
incendeiam o silêncio
sem medo sem dor
livres, fortes
nascidas no amor
Rasgam pensamentos
extinguem preconceitos
órfãs, imprudentes
rebeldes feiticeiras
Mas também inocentes
como anjos e fadas
são apenas palavras
imensas, plenas e livres
numa enorme utopia
que é o meu pensamento

Paula Minau