sexta-feira, 27 de junho de 2008

Aninhada


Será que eu posso esquecer-me de mim
afastar da mente todas as preocupações
as indecisões e as deliberações tomadas
esquecer o tempo e as frases aprimoradas
e por momentos aninhar-me em ti?
Ficar nesse colo quente e aconchegado
perder-me de mim e adormecer ao teu lado
no quente desse ninho tão desejado
receber esse teu beijo demorado
e deliciar-me nessa ternura pura e doce?
Será que posso ser outra vez uma menina
abraçar-te sem medo nem dúvida alguma
e ficar assim aninhada a olhar a luz da lua
e a ouvir o silêncio das tuas palavras nuas?
Hoje quero só esquecer o mundo,
perder-me de mim e ficar assim aninhada em ti.


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Paula Minau

quinta-feira, 26 de junho de 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ternura




Tempo de reflexão
Entre uma vida cheia e a escuridão
Recobro de tempos ilusoriamente vividos
Num resto de sonho e solidão
Ungida de fortes aromas
Rasgada pela dor de tanto crer
Amando no limite da ternura

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e no extremo da incompreensão
Paula Minau

domingo, 22 de junho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

Lírica




Um peito que arde
de tanto doer
um nó que aperta
e rasga esta fúria
que teima em vencer
um raio de sol
um sopro de vento
a aragem do mar
no meu pensamento
uma lágrima miúda
quer ser forte, crescer
os lábios dormentes
de tanto tremer
e aquela vontade vigorosa
de tanto querer
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Paula Minau

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Rir



Hoje lembrei-me como posso rir de mim
que tenho total liberdade para tal
que posso rir dos preconceitos
das ideias loucamente criativas
das atitudes mais ou menos esperadas
dos sorrisos friamente elaborados
dos lábios finamente desenhados
nos rostos seriamente adoentados
hoje estou assim
sem receios, nem quereres
apenas deveras destemida
olhando e sorrindo para a vida
com total transparência
totalmente desinibida
hoje sim, vou estoirar de tanto rir de mim

sábado, 7 de junho de 2008